sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O Retrato...



Comecemos pela ternura das mãos,

pela minúcia dos dedos,

pelas magnólias verdes dos teus olhos castanhos,
contemplemos todas as batalhas

efémeras que perdeste,

e os arroios que então se abriram

na espessura do teu corpo,

e a boca lavrada pela sede incessante

e a glória da voz em vitral lento,
consideremos também o teu nome

e para ele haverá que achar metáforas,

estrelas em céu de agosto,
por fim, busquemos no fundo

da memória, a chave

para o texto que ainda não deciframos,

enquanto isso,

a ninguém direi dos pássaros

que moram na tua cintura.

        

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